Depoimento da Sra. Douglas sobre seu filho, James Douglas
Para o Alphalearning
A seguir apresentamos a história de nosso filho James.
James foi diagnosticado com dislexia aos oito anos de idade. Ao longo de toda a sua vida, ele nos causou grande preocupação e, em certas ocasiões, levou a nós e a seus professores ao ponto de desespero. Seu fracasso na escola era apenas parte do problema; conviver com sua frustração era outra. Apesar de sua falta de sucesso acadêmico, ele tinha momentos de pensamento original que me convenceram de que, um dia, ele aprenderia e se realizaria. Para encontrar a ajuda de que precisávamos para James, levamos treze anos batendo às portas dos “especialistas” — e ela veio de uma fonte totalmente inesperada: o Instituto Alphalearning.
James nasceu em 1982. Foi uma gravidez normal seguida de um parto normal. Nos primeiros dois anos de sua vida, após uma gripe sofrida quando tinha apenas duas semanas, ele passou por um período muito difícil. Raramente dormia e, quando o fazia, roncava como um trem e depois ficava em completo silêncio. Esse silêncio nos assustava tanto que chegávamos a acordá-lo daquele estado de sono anormal. Ele não conseguia mamar, e nós o alimentávamos com leite usando uma colher de chá até que tivesse idade suficiente para comer alimentos sólidos. Seu desenvolvimento era lento, e ele era pequeno para a idade. Chorava o tempo todo. Vivia doente e, embora andasse, não falava.
Como recebíamos pouca ajuda dos médicos locais, levamos James a um pediatra londrino chamado David Morris. Ele diagnosticou a Síndrome da Apneia do Sono — uma condição em que, durante o sono, o cérebro pode esquecer de avisar o corpo para respirar, resultando em inconsciência (e às vezes em morte). Ficou claro para nós que, em diversas ocasiões, ao longo dos dois anos anteriores, nós havíamos reanimado James e evitado uma tragédia. Morris recomendou a remoção imediata das amígdalas e adenóides de James para melhorar sua respiração e pediu que continuássemos a acompanhar seu sono. James começou a crescer e iniciou a fala aos três anos, mas só aos seis passou a dormir a noite inteira, e então pudemos finalmente relaxar.
Mas nossos problemas estavam longe de terminar. James era extremamente agitado e não conseguia se concentrar por muito tempo. Ele começou a frequentar a escola aos quatro anos, mas aprendia devagar. Costumava chegar em casa muito tenso, batia portas, dava cabeçadas na parede, gritava e deixava todos loucos. Testamos sua tolerância a aditivos alimentares e alergias, mas os resultados foram sempre negativos.
Como James não estava tendo bom desempenho na escola primária local, decidimos enviá-lo para estudar com a irmã em um colégio preparatório. Ele estava, então, com 8 anos e meio. Adaptou-se rapidamente ao regime de internato e à vida social, mas fracassou de forma desastrosa na sala de aula e passou a ser muito desordeiro. Após o primeiro trimestre, levamos James para consultar-se com Anthony Glasberg, um psicólogo educacional do Instituto Beve Hornsby. Ele diagnosticou dislexia, mas afirmou que James era muito inteligente. Seu QI era 132 (não verbal), 103 (verbal) e 119 (geral). Contudo, por causa das grandes variações, ele teria dificuldades consideráveis para superar. Eu sempre associei os problemas de aprendizagem dele à apneia, mas nos informaram que se tratava de uma condição hereditária.
Ele continuou no colégio preparatório com o auxílio de um professor de reforço, mas seu desempenho não progrediu e seu comportamento piorou rapidamente. Em 1991, enviamos James para outro colégio preparatório, reconhecido por ter a melhor unidade para disléxicos do país. Os tutores eram altamente capacitados e demonstravam muita compreensão em relação às necessidades dele. Com essa orientação especializada, James começou a ler e escrever, mas seu comportamento era intolerável e ele estava muito infeliz. A essa altura, ele tinha plena consciência do quanto estava fracassando e chegou a escrever: “Meu cérebro é como um balde com furos no fundo. Tudo o que coloco dentro escorre para fora”. O tutor de James admitiu derrota. Ele já havia consultado diversos pediatras, psicólogos, psiquiatras, terapeutas etc., mas sem resultados. Decidimos então trazê-lo de volta para casa e matriculá-lo na escola secundária local para podermos ajudá-lo diariamente.
Nos dois anos seguintes, James não teve grande progresso e continuou sendo muito desordeiro. Ele é uma criança inteligente, mas sua incapacidade de aprender o frustrava profundamente, e ele extravasava essa frustração por meio de seu temperamento explosivo. Era como um estrangeiro que não dominava totalmente nossa língua; seus conceitos eram diferentes. Muitas vezes tive vontade de “traduzir” o que ele dizia, pois ele poderia soar tolo, apesar de ocasionalmente demonstrar uma sabedoria acima de sua idade. Ele estava sempre tenso e nunca conseguia manter o olhar fixo em algo por muito tempo.
Quando pediam a James que lesse, seus olhos percorriam a página de forma desordenada. Era visivelmente doloroso para ele. Embora conviver com James fosse muito difícil, ainda não havia mencionado que ele é muito amoroso e gentil. Ele se dá muito bem com crianças pequenas, mas não consegue manter amizades com crianças da sua idade. É grande, forte e um artista talentoso.
Disseram-nos que havia alguém que poderia ajudar James. Com um conhecimento muito superficial e sem nenhum material sobre o trabalho do Instituto Alphalearning (tudo foi organizado de forma muito rápida), levamos James para conhecê-los sem ter ideia do que esperar. Naturalmente, estávamos céticos, mas o que ocorreu em seguida foi notável.
Depois de dar ao Alphalearning algumas informações básicas sobre o problema de James, ele passou por um teste de leitura. Era dolorosamente lento. Durante todo esse tempo, eles o observavam. Notaram a tensão nos ombros, pescoço e cabeça de James e, após pedir que ele girasse os braços, liberaram toda essa tensão. James adotou uma postura completamente diferente e parecia relaxado. Em seguida, pediram que ele se levantasse e tocasse a ponta do nariz com o dedo médio. Enquanto trazia lentamente o braço direito, errou a ponta do nariz por cerca de cinco centímetros e teve de trazer o dedo de volta. Um teste neurológico simples, indicando dano na parte esquerda posterior do cérebro, mas que, pelo que sei, jamais havia sido feito antes. Esse dano ficou evidente no EEG que foi realizado em seguida: havia pouquíssima atividade no hemisfério esquerdo. Fiquei bastante alarmada. Parecia que James fora privado de oxigênio em algum momento durante a apneia.
James então se sentou ao lado da máquina Brainwave 1 e foi instruído a colocar óculos e fones de ouvido. Pelos doze minutos seguintes, ele ouviu sons sincronizados com luzes piscantes. Embora eles tivessem o cuidado de explicar o procedimento, não tínhamos certeza do que estava acontecendo, pois tudo era muito novo para nós. Em seguida, James fez um segundo EEG e foi convidado a ler novamente. Ele aumentou a velocidade de leitura. Havia muito mais atividade no monitor, com o hemisfério esquerdo e o direito equilibrados, e pudemos ver as ondas alfa. Fomos embora sem ter clareza do que aquilo significava. Três horas depois, perguntamos a James o que ele havia lido. Ele não conseguia se lembrar do primeiro texto, lido antes do tratamento, mas citou o segundo na íntegra. Ficamos espantados, pois ele nunca antes conseguira memorizar nem mesmo uma rima infantil.
Ao longo da semana seguinte, notamos muitas mudanças. Ele mantém a postura relaxada e consegue fixar o olhar. A cada dia, aumenta sua velocidade de leitura e seus olhos já não se movem de forma desordenada. Ele produziu redações para a escola que não lembram em nada seu trabalho anterior. Agora faz sentido e, como comentou a irmã, está “usando todo tipo de palavra complicada”! Ele diz sentir-se mais coordenado e consegue se concentrar por muito mais tempo.
Nove dias após sua primeira experiência com o Brainwave 1, James fez outro EEG e novos testes, antes de passar por mais uma sessão no Brainwave 1 e então realizar outro EEG. Pude ver pessoalmente as melhorias notáveis e a rapidez com que o cérebro de James está se ajustando. Ele consegue entrar em estado alfa por conta própria — que conquista!
Ainda é muito cedo, e James tem muito a aprender, precisando mudar hábitos de toda uma vida. Mas já cresceu quase dois metros em confiança, sabendo que agora conseguirá atingir as notas necessárias e não será mais visto como “o último da classe”.
Eu, pessoalmente, serei eternamente grata ao Instituto Alphalearning por, literalmente, ter dado uma vida a James.
Sra. P. Douglas, Inglaterra
Neurofeedback e Dislexia – O dia a dia de um curso
Estudo Duplo-Cego
Estudo de Caso
Julia Lowes – A história de uma disléxica
Dr. H. J. H. Richards
A dislexia pode ser curada?